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Violência

Advogado sofre atentado com carta-bomba

Walmir Oliveira da Cunha ficou gravemente ferido, tendo tido dedos decepados após explosão.

Da Redação

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Atualizado às 07:26

O advogado Walmir Oliveira da Cunha, de 37 anos, ficou gravemente ferido após uma explosão na tarde desta sexta-feira, 15. Segundo o Corpo de Bombeiros, ele recebeu uma correspondência no escritório de advocacia e quando abriu o produto explodiu.

O Conselho Federal da OAB e o Colégio dos Presidentes Seccionais da OAB divulgaram nota em repúdio ao atentado sofrido por advogado de Goiânia, que perdeu três dedos após receber uma carta-bomba em seu escritório.

"Se durante a ditadura uma outra bomba, aquele dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão."

Segundo informações, o advogado teve quatro dedos da mão esquerda decepados. A recepção do escritório ficou totalmente destruída após a explosão.

A OAB/GO criou comissão especial para acompanhar o inquérito que investigará o atentado. O presidente da OAB/DF Juliano Costa Couto afirmou sobre o ato: "Um ataque contra um advogado, em qualquer lugar do País, é uma evidente ameaça a toda a advocacia e, em consequência, aos cidadãos, que são os beneficiários diretos das prerrogativas que garantem o exercício independente da profissão. É necessário apurar esse triste episódio com rigor e a OAB/DF estará ao lado da OAB de Goiás para o que for necessário."

  • Veja abaixo as notas divulgadas.

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Nota da OAB/GO

A OAB-GO manifesta profundo repúdio ao atentado contra a vida do advogado Walmir de Oliveira da Cunha, ocorrido nesta sexta-feira (15/07), no qual ele sofreu lesão corporal grave depois de receber um pacote endereçado ao seu nome. Ele não corre risco de morte e está consciente.

Walmir de Oliveira da Cunha é um atuante advogado na área do direito agrário e sempre se pautou na conduta ética em suas ações.

A OAB-GO reforça que dará todo o apoio necessário ao advogado. O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, esteve no local do acidente, juntamente com o diretor-tesoureiro Roberto Serra, e o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Érlon Fernandes, e designou a criação de uma comissão especial para acompanhar o inquérito. Lúcio Flávio, inclusive, está no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) para dar o suporte necessário ao advogado.

A OAB-GO esclarece, ainda, que o presidente da Ordem entrou em contato com o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, que garantiu pronta, imediata e severa investigação sobre este caso.

Este é um atentado inadmissível à advocacia. A OAB-GO não aceitará esta violência descabida e reafirma que toda a advocacia irá se mobilizar contra este e qualquer tipo de violência. A Ordem não se intimidará diante de quaisquer ameaças que sofrer.

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Nota da OAB nacional

Estarrecimento.

Esse é o sentimento que nos permeia a todos, diante da onda de violência e brutalidade que se abate sobre a advocacia.

De um lado, as ameaças que vêm daqueles que não aceitam o papel da advocacia na defesa das liberdades públicas e das garantias constitucionais a todos asseguradas.

Doutro lado, a violência pura e brutal, materializada nos atentados contra a integridade física dos advogados e advogadas brasileiras, do qual o ataque a bomba contra o advogado goiano Walmir de Oliveira da Cunha, é o mais recente episódio.

Contra isso, contra esse estado de violência física e institucional contra os advogados e a advocacia, nos levantamos, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes de Seccionais.

Se durante a ditadura uma outra bomba, aquele dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão.

Nos solidarizando com a advocacia goiana, exigindo das autoridades incumbidas da segurança pública a apuração de todos os atos de violência física contra os advogados, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes da OAB reafirmam seu compromisso com a defesa da advocacia e da liberdade, repelindo toda e qualquer afronta ao advogados e advogadas brasileiras.

Diretoria da OAB Nacional

Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB

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