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Manifestações

Gilmar Mendes é hostilizado por passageiros em voo para Cuiabá

Ministro foi questionado se, caso o ex-presidente Lula fosse preso, também o soltaria.

Da Redação

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Atualizado às 07:57

No último sábado, 27, o ministro do STF Gilmar Mendes foi hostilizado por passageiros de um voo que partiu de Brasília rumo a Cuiabá/MT.

"Vai soltar o Lula também, depois?" indaga um dos passageiros, ao que outro responde: "Vai, vai. O Lula ele vai. E o Aécio? O STF não serve para nada."

Com a continuidade das manifestações, o comandante disse que chamaria a Polícia Federal, mas foi aplaudido. Passageiros gritaram "fora, Gilmar".

"Vira homem, rapaz, já que tua mãe não é. Precisa de Polícia Federal? Está fazendo coisa errada?", gritou um manifestante. "Precisa de Polícia? Homem público? Todo mundo paga teu salário, rapaz. É uma vergonha." É quando então os passageiros começam a gritar: "Fora, Gilmar!"


Recentemente o ministro foi abordado por brasileiros enquanto passeava pelas ruas de Lisboa, em Portugal.

Acerca do ocorrido, o Instituto de Garantias Penais emitiu nota repudiando a situação. Segundo o presidente, Ticiano Figueiredo, "os agressores ignoram que a defesa dos direitos fundamentais e garantias individuais, usada para ofender o ministro, têm por destinatários todos os cidadãos, inclusive eles". Veja abaixo na íntegra.

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O Instituto de Garantias Penais (IGP) repudia as graves agressões contra o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Lamentavelmente, os agressores ignoram que a defesa dos direitos fundamentais e garantias individuais, usada para ofender o Ministro, têm por destinatários todos os cidadãos, inclusive eles.

A prática que se tem tornado comum, de gravar agressões para depois divulga-las, tem a marca da covardia - já que não deixa ao agredido nenhuma chance de defesa. O IGP deplora, igualmente, o repasse desses assaltos à reputação de pessoas que se veem saqueadas em sua honra sob imputações falsas e ilegítimas.

A sociedade não pode cair na armadilha de politizar a visão do funcionamento da Justiça, seja para aplaudi-la, seja para vaiá-la. A Justiça é a última trincheira em favor dos direitos do cidadão.

O IGP reconhece a lisura da conduta do ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. A sua coragem e seu destemor frente ao populismo e à demagogia devem ser, isto sim, reverenciadas por todos. Ao Ministro e ao seu trabalho, o IGP reserva seu voto de aplauso.

Ticiano Figueiredo
Presidente do Instituto de Garantias Penais

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