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"Desafio do desodorante" mostra descontrole virtual, afirma advogado

Para Luiz Augusto Filizzola D'Urso, é importante que os pais acompanhem o que seus filhos estão acessando na internet.

Da Redação

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Atualizado às 07:28

Uma menina de 7 anos morreu, no último dia 3, em São Bernardo do Campo/SP após reproduzir um desafio que a levou a inalar desodorante aerosol. O caso aconteceu depois que a jovem assistiu um vídeo na internet que mostrava um indivíduo realizando o chamado "desafio do desodorante", o qual estimula a pessoa a inalar desodorante aerossol pelo máximo de tempo que conseguir.

Segundo a polícia, a mãe da menina estava trabalhando quando o acidente aconteceu. Ao voltar para casa encontrou a filha desfalecida e, embora socorrida, não resistiu. De acordo com nota da Secretaria de Saúde do município, a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória.

Esta morte é resultado de mais um acidente causado por influência de vídeos postados na internet contendo desafios perigosos, conforme explica o presidente da Comissão Nacional de Estudos dos Cibercrimes da ABRACRIM, o advogado Luiz Augusto Filizzola D'Urso, do escritório D'Urso e Borges Advogados Associados.

"Esta tragédia reprisa tantas outras, resultantes da inocência de quem assiste estes perigosos desafios na internet, e os imitam, sem ter ideia do perigo que estão correndo. O problema é que estes desafios estão se tornando cada vez mais populares, porque são reproduzidos em canais no Youtube, com milhões de visualizações."

Quanto à responsabilização de alguém pela morte ocorrida, o especialista em cibercrimes esclarece: "Caso seja comprovado que um vídeo induziu ou instigou alguém a cometer suicídio poderá o responsável por este vídeo e postagem, responder pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, que prevê pena de até seis anos. Todavia, se a vítima for menor de 12 anos, entende-se que, pela sua falta de consciência e sua vulnerabilidade, pode-se ter configurado até um crime de homicídio".

O advogado finaliza: "fica, portanto, o alerta aos pais, que devem acompanhar o que seus filhos estão acessando na internet, inclusive, podendo se utilizar do modo restrito no Youtube, que selecionará um conteúdo perigoso, ocultando-o, para que o menor não tenha acesso. Desse modo, talvez haverá uma diminuição neste verdadeiro descontrole virtual".

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