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TST: tribunal não pode limitar número de páginas em processo eletrônico

Não há fundamento legal para esse tipo de restrição, de acordo com 5ª turma da Corte.

Da Redação

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Atualizado às 19:12

A 5ª turma do TST considerou que o TRT da 5ª região (BA) cerceou o direito de defesa do Itaú Unibanco S.A. ao não receber documento enviado eletronicamente porque teria ultrapassado o número de páginas permitidas de peticionamento eletrônico (e-Doc) do órgão. De acordo com a decisão, não há fundamento legal para esse tipo de restrição.

Por unanimidade, o colegiado determinou o retorno do processo ao TRT para que prossiga o seu julgamento. Após a publicação do acórdão, foram opostos embargos de declaração, ainda não julgados.

O Itaú havia sido condenado em novembro de 2004 ao pagamento de diferenças salariais no valor de R$ 25 mil a um ex-bancário e tentou impedir a execução com recurso para o Tribunal Regional, que o rejeitou com base em provimento que limita as petições, "acompanhadas ou não de anexos", a 30 folhas impressas (60 páginas com impressão em frente e verso) por operação. Segundo o TRT, o uso do e-DOC é facultativo e cabe à parte, ao optar pelo sistema, "diligenciar no sentido de cumprir as normas e os limites impostos pelos serviços".

No exame do recurso de revista ao TST, o relator, ministro Breno Medeiros, assinalou que o TST pacificou o entendimento de que a lei 11.419/06, que regulamenta o Processo Judicial Eletrônico, não impõe restrição quanto ao número de páginas que podem ser transmitidas por meio do peticionamento eletrônico. Assim, a limitação caracteriza cerceamento do direito de defesa da parte, em afronta ao artigo 5º, inciso LV, da CF/88.

  • Processo: RR-105300-73.2009.5.05.0194

Fonte: TST

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