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Falecimento

Morre o jornalista e diretor do Grupo Folha Otavio Frias de Oliveira Filho

Assumiu o comando do maior jornal do país tão logo se formou nas Arcadas.

Da Redação

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Atualizado em 20 de agosto de 2018 17:43

Faleceu em SP nesta terça-feira, 21, aos 61 anos, Otavio Frias de Oliveira Filho, jornalista, diretor de redação do jornal Folha de S.Paulo e diretor editorial do Grupo Folha. Desde o ano passado, lutava contra um câncer de pâncreas.

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Nascido em 7 de junho de 1957, era formado pela Faculdade de Direito do Largo S. Francisco (Turma de 1980), filho mais velho de Otavio Frias de Oliveira, empresário que comprou em 1962 a empresa que edita a Folha.

Frias Filho começou a atuar no jornal em 1975, escrevendo editoriais e assessorando o jornalista Cláudio Abramo, que dirigia a Redação. Nessa época, participou da reforma editorial na qual as páginas da Folha foram abertas a políticos e intelectuais de todas as tendências, aproveitando o início de abertura política. Aos 27 anos assumiu o comando do matutino. 

Foi autor dos livros de ensaios Queda Livre (Companhia das Letras) e Seleção Natural (Publifolha) e da coletânea teatral Cinco Peças e Uma Farsa (CosacNaify), entre outras obras.

Em entrevista ao site Jornalista&Cia, em 2005, Otavio Filho elegeu entre seus autores preferidos Dostoiévski e Freud e revelou o sonho de morar fora da capital paulista por algum tempo. Embora tivesse notório medo de avião - tema sobre o qual inclusive escreveu -, chegou a fazer paraquedismo.

"Todos os esforços em favor da simplicidade despojada são bem-vindos num país como o nosso, onde ainda se cultiva uma escrita ornamental, feita mais para iludir do que expor e esclarecer." Otavio Frias de Oliveira Filho 

Em recente artigo publicado na revista USP sobre pós-verdade e jornalismo, intitulado "O que é falso sobre fake news", o jornalista defendeu que "o mais eficiente anteparo contra as fake news - a melhor barreira de proteção da veracidade - continua sendo a educação básica de qualidade, apta a estimular o discernimento na escolha das leituras e um saudável ceticismo na forma de absorvê-las".

Ao explicar no programa Roda Viva em 1996 o novo projeto gráfico da Folha, o jornalista sustentou: "Jornais mudam de cara porque as pessoas gostam de novidade. Os jornais têm compromisso com a novidade, com a notícia, com o que é inédito."

O velório ocorrerá a partir das 11h30, e a cerimônia de cremação, às 14h, ambos no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

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