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Caso do garoto Carlinhos

Pai do menino Carlinhos, desaparecido na Argentina, é preso

Criança continua sendo procurada para ser entregue à mãe no Brasil.

Da Redação

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Atualizado às 15:30

O comerciante argentino Carlos Attias foi preso em Buenos Aires, na última quarta-feira, 15, junto com uma mulher tida como uma das cuidadoras temporárias do menino Carlinhos. O garoto, no entanto, segue ainda desaparecido.

Carlinhos tinha 8 anos em dezembro de 2015 quando foi levado pelo pai, comerciante e advogado argentino. Segundo a mãe de Carlinhos, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, um oficial de Justiça chegou na noite de Natal à casa dela, em  Recife, com um mandado para que dois filhos, o menino e uma menina de 10 anos fossem para casa do pai. As duas crianças seguiram no dia 25 de dezembro daquele ano, com previsão para retornar dois dias depois, o que não aconteceu.

Após alguns dias a mãe conseguiu uma ordem de busca e apreensão. No dia 30 de dezembro de 2015, Carlos Attias conseguiu na Justiça o direito de passar o Réveillon com os dois filhos, com a previsão de entregá-los à mãe no dia 02 de janeiro de 2016.  Naquela data, somente a filha do casal foi deixada na casa de Cláudia.

Por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado de Pernambuco, o ministério da Justiça foi acionado e requisitou a abertura do processo de recondução de Carlinhos pela Justiça Argentina, cuja decisão final favorável ao seu retorno foi em 13 de dezembro de 2018.

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Acordo

Em 13 de fevereiro de 2019, um acordo provisório de repatriação para auxiliar na adaptação do menor no convívio materno,  que, segundo  Claudia, teve sua imagem fortemente distorcida pelo pai: "Depois de todo esse drama, além da luta de conseguir o retorno de Carlinhos, tive a confirmação de que nesses três anos meu filho foi programado para esquecer todas as memórias dos momentos em que viveu comigo. Nessa última ida à Argentina, eu vi uma criança completamente diferente. Um olhar de uma criança enraivada da mãe, usava frases feitas para não demonstrar nenhum tipo de afeto. Além da batalha jurídica, estou consciente de que terei que manter firme para reconquistar novamente o amor do meu filho."

Os termos do acordo permitiriam inclusive que o pai Carlos Manuel Attias acompanhasse o filho e permanecesse no Recife com guarda compartilhada, até que outra decisão fosse proferida pela Justiça local. O ministério da Justiça e o Governo do Estado já estavam cientes da decisão e estavam prontos para recepcionar Carlinhos no dia 28 de fevereiro de 2019.

Em 25 de fevereiro do ano passado Attias noticiou às autoridades da Argentina uma fuga do garoto e anexou aos autos do processo suposta carta da criança, afirmando não querer voltar ao Brasil. O menino segue sendo procurado pelas autoridades policiais da Argentina.

Prisão

Em março de 2019, o advogado Pedro Henrique Reynaldo Alves, do escritório Limongi Sial & Reynaldo Alves Advocacia e Consultoria Jurídica, que representa a mãe do menino Carlinhos, se reuniu com autoridades, na Embaixada do Brasil, em Buenos Aires, para apresentar petição de apoio à representação diplomática brasileira na tomada de medidas mais efetivas e enérgicas das autoridades argentinas para a localização do menor e o imediato cumprimento da decisão judicial de repatriação.

Pedro Alves explica que Attias foi alvo de um mandado de prisão preventiva por criar obstáculos para a ação da justiça e ocultar o filho da obrigação de devolução para a mãe, cumprindo a extradição que havia sido combinada com a Justiça em fevereiro do ano passado.

"Ele não só descumpriu o acordo com a justiça, como também deu uma falsa notícia à polícia de que o menino havia fugido de casa sozinho. As investigações mostraram que o comerciante estava remunerando terceiros para ocultar a criança, que ficou um ano sem estudar e mantido, no que podemos entender como cárcere privado. Estamos em alerta e à espera dos próximas providencias, mantendo contatos e agindo no que preciso para resolvermos essa questão que se arrasta, causando muita dor aos familiares brasileiros do menino."

O caso, desde o início, tem apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, pelo empenho pessoal do secretário Pedro Eurico.

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