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EUA

Especialista explica o que pode mudar na imigração com o resultado das eleições americanas

Advogado analisa as propostas de cada candidato e como elas podem impactar a imigração.

Da Redação

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Atualizado às 09:09

As eleições nos Estados Unidos impactam em diversos fatores e situações em todo o mundo. A escolha entre Donald Trump e Joe Biden tem ramificações que podem transformar o que está acontecendo em outros países, mas algo que é de muita relevância, tanto para quem está dentro ou fora do país, é a política de imigração, que inclusive teve grandes holofotes nos últimos meses.

O advogado especialista em Direito Internacional, Daniel Toledo, ressalta as diferenças entre o partido democrata e republicano quanto essa questão.

"A princípio, as propostas de Joe Biden possuem caráter mais atraente para a imigração. No entanto, as pessoas estão acostumadas com democratas levantar propostas e não as executarem de fato. Por exemplo, um dos governos americanos que mais realizou deportações foi o de Barack Obama, no entanto, ele fazia isso de maneira silenciosa. Já o Donald Trump gosta da atenção da mídia e de televisionar essas questões, com toda a pirotecnia possível", destaca.

 (Imagem: Reprodução/Agência Brasil)

(Imagem: Reprodução/Agência Brasil)

A proposta de Joe Biden tem um tom mais aberto. Durante a campanha, ele sugeriu que não vai haver limite para os pedidos de asilo político ou proteção, e isso, segundo o advogado, pode ser uma situação perigosa, já que atualmente muitas pessoas pedem asilo no país, principalmente quem está em lugares com conflitos constantes, como acontece nos continentes asiático e africano.

"Essa possibilidade pode trazer grandes problemas, como ocorreu na Europa, em que os asilados têm dificuldades para conseguir emprego, e se ajustar a um novo estilo de vida", relata Daniel.

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O especialista também expõe que as propostas do partido de Donald Trump podem soar mais impactantes para as pessoas que já estão nos Estados Unidos, com maior aderência de cidadãos que estão no país ilegalmente e com autorizações para estudo e trabalho oferecidos pelo Daca.

"Ele promete uma solução permanente para o programa Deferred Action for Childhood Arrivals, o Daca, a cidadania americana, e também pretende fazer regulamentações em alguns outros vistos, algo que acho interessante. Por outro lado, colocou em prática o banimento, dificultando a contratação de estrangeiros especializados e a mão de obra que não existe no país", Daniel esclarece. Esses fatores indicam que existe a necessidade de uma nova regulamentação de imigração, mais assertiva e eficiente.

Atualmente, existem inúmeros processos parados porque a imigração não possui pessoas o suficiente para dar continuidade nas demandas de solicitações de visto. Nos meados do ano, ocorreram diversas negociações entre o governo e os órgãos de imigração para a liberação de um valor emergencial, já que existia a possibilidade de demissão de aproximadamente 75% dos funcionários desse setor.

O capital provido pelo governo foi muito menor do que o pleiteado, então foi implementado um plano de demissão voluntária, aposentação de alguns colaboradores e afastamento de outros para que tudo pudesse ser enquadrado no planejamento financeiro de 2021.

Segundo Daniel, nesses últimos meses do governo, o presidente Trump tomou uma série de medidas que acabaram tumultuando internamente a imigração, o que causou a diminuição do número de processos protocolados e analisados e tornou tudo um caos durante a pandemia. "Apesar da situação atual, acredito que para os imigrantes legais as propostas de Donald Trump são muito mais realistas, enquanto Biden promove campanhas cujo cumprimento pode ser mais complicado, porque o país não tem condições de absorver toda a demanda", finaliza Toledo.

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