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Gastronomia

Oswaldo Aranha: Prato clássico do RJ leva nome de diplomata e advogado brasileiro

Leitor migalheiro enviou foto do prato clássico do RJ batizado com nome de Oswaldo Aranha como forma de incentivar e fomentar o comércio local.

Da Redação

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Atualizado às 15:33

Quando a capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro, em 1926, surgiu naquela cidade o restaurante Cosmopolita. Localizado próximo aos Arcos da Lapa, o estabelecimento é considerado, atualmente, um dos mais antigos restaurantes da cidade maravilhosa.

Fisgados pelos belos grelhados da casa, os políticos da época eram frequentadores assíduos do "Senadinho", como também era chamado o Cosmopolita. O diplomata Oswaldo Aranha que o diga! Diz a história que, entre 1931 e 1934, quando era o titular do ministério da Fazenda, Aranha pediu tantas vezes o mesmo prato que acabou eternizando a delícia com seu nome.

Filé Oswaldo Aranha - filé mignon alto, temperado com alho frito, acompanhado de batatas portuguesas, arroz branco e farofa de ovos.

 (Imagem: Fotos: Paulo Samico Junior)

(Imagem: Fotos: Paulo Samico Junior)

Desde 1926, o restaurante Cosmopolita já presenciou muita história. Mas foi com a pandemia do coronavírus que o estabelecimento precisou reunir novos esforços para resistir à crise. Um restaurante com mais de 90 anos passou a investir nas entregas por delivery, alinhando-se à modernidade. 

O Cosmopolita não é o único a encontrar dificuldades com a pandemia. O Sebrae e Abrasel entrevistaram 1.191 empresários de bares, restaurantes, cafeterias, lanchonetes, padarias, pizzarias e sorveterias e constataram que mais da metade desses estabelecimentos registraram redução do faturamento e estão com dívidas atrasadas.

O estudo mostrou que entre as atividades do setor de alimentação fora do lar, bares e restaurantes foram os que mais sentiram os efeitos da crise. Segundo a pesquisa, do total de bares e restaurantes entrevistados, 6,7% tiveram que encerrar suas atividades permanentemente devido ao coronavírus.

Para incentivar o comércio local, o leitor querido e assíduo do Migalhas, Paulo Samico Junior se ofereceu para ser nosso "correspondente gastronômico" e, assim, encher nossos olhos com fotos tiradas por ele próprio do original Oswaldo Aranha.

 (Imagem: Foto: Paulo Samico Junior)

(Imagem: Foto: Paulo Samico Junior)

Para aqueles que ainda não podem presencialmente degustar o prato, Migalhas deixa abaixo a receita:

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Ingredientes

300g de filé mignon em medalhão
100g de bacon em cubinhos
50ml de azeite
150g de couve em tiras
200g de farinha biju
7 dentes de alho grandes
2 batatas médias Asterix (casca rosada)
1 xícara de arroz branco
1 pitada de sal a gosto

Modo de preparo

Farofa: frite o bacon no azeite, acrescente a farinha de biju, toste um pouco e acerte o sal.

Alho: fatie 6 dentes em lâminas finas e frite por imersão em óleo vegetal até dourar de leve.

Batatas: descasque as batatas e corte em lâminas de 0,5 cm de espessura na longitudinal. Dê um pré-cozimento e frite no óleo. Salgue-as.

Arroz: cozinhe arroz branco normal.

Filé: faça um corte borboleta (cortando ao meio, mas sem cortar até o final), tempere com sal e pimenta do reino e frite-o aberto numa frigideira com um fio de óleo.

Couve: doure de leve 1 dente de alho amassado em 3 colheres de azeite e acrescente a couve, só até murchar um pouco. Acerte o sal.

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Oswaldo Aranha para além da gastronomia

Oswaldo Aranha, gaúcho de Alegrete, nasceu em 15 de fevereiro de 1894. Ele atuou como advogado, político e diplomata. Foi deputado Federal e, durante o governo de Getúlio Vargas, foi ministro das Relações Exteriores. Em 1934, foi nomeado embaixador em Washington.

Em 1947, Oswaldo Aranha chefiou a delegação brasileira na recém-criada ONU, inaugurando a tradição, mantida até hoje, de ser um brasileiro o primeiro orador na reunião anual do órgão internacional. Ele foi o presidente da II Assembleia Geral da ONU, que votou o plano para a partilha da Palestina que resultou na criação do Estado de Israel. Também participou do governo de Juscelino Kubitscheck. Aranha morreu em 27 de janeiro de 1960.

Em abril deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei 13.991/20, que inclui o diplomata no Livro dos Heróis da Pátria. Com o reconhecimento, Aranha é o 42º brasileiro a ter essa honraria, ao lado de figuras como Tiradentes, Santos Dumont, Machado de Assis, Zumbi dos Palmares, Anita Garibaldi e Zuzu Angel.

 (Imagem: Nações Unidas)

Oswaldo Aranha(Imagem: Nações Unidas)

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