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Reajuste da gasolina

Preço do barril de petróleo traz consequências ao Brasil

Da Redação

terça-feira, 18 de maio de 2004

Atualizado às 10:58


Lula pode reajustar gasolina


O governo está discutindo se vai aumentar os preços dos combustíveis para compensar a disparada da cotação do petróleo no mercado internacional. Os técnicos da área já informaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que será muito difícil manter os preços internos inalterados com o barril de petróleo cotado a mais de US$ 40. Mas a decisão final e sobre o percentual de reajuste será de Lula, que deve tratar do assunto nos próximos dias, provavelmente antes de embarcar para a China, na sexta-feira.

A Petrobras divulgou o lucro do trimestre na semana passada e o resultado foi 28,3% menor. Este déficit foi atribuído em parte à defasagem dos preços. Segundo a empresa, ela manteve os preços dos combustíveis inalterados durante os primeiros quatro meses do ano absorvendo as variações do petróleo no exterior. Mas, com a escalada do barril nos últimos dias, a situação ficou mais complicada.

Para o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, "a Petrobras é uma empresa aberta e não pode ter prejuízo. Se continuar a segurar os preços precisará fazer um ajuste maior mais na frente."

Além disso, a empresa tem contribuído para os superávits nas contas públicas. Segurar os preços dos combustíveis, no médio prazo, pode resultar em prejuízos também para o governo.

O cuidado do Planalto explica-se pelo impacto que o aumento dos combustíveis terá nos índices de inflação. O BC já previa um reajuste até o fim do ano para a gasolina e derivados, mas a turbulência internacional deve antecipar a decisão do governo sobre o assunto.

Um dos argumentos que vem adiando o reajuste é o fato de o Brasil ser hoje quase auto-suficiente na produção de petróleo. Mas os analistas lembram que a empresa trabalha com um mix: exporta gasolina e importa nafta e diesel, e não pode se descolar dos preços internacionais sem que acabe sem prejuízos.

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