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TJ/SP - Magistrados homenageiam ministro do STJ Hélio Quaglia Barbosa

O ministro ingressou na magistratura paulista no ano de 1969, onde permaneceu até junho de 2004, quando se aposentou para assumir o cargo de ministro do STJ. Foi também diretor da Escola Paulista da Magistratura no biênio 2002/2003. O corpo de Hélio Quaglia Barbosa foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e enterrado no cemitério Gethsêmani.

Da Redação

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Atualizado às 07:40


TJ/SP

Magistrados homenageiam ministro do STJ Hélio Quaglia Barbosa

Faleceu em São Paulo na noite do último dia 1º de fevereiro o ministro do STJ, Hélio Quaglia Barbosa. Ele era casado com Maria Inês Fiorini Barbosa. Deixa também os filhos Caio Mário Fiorini Barbosa, Taís Helena Fiorini Barbosa e Ciro Flávio Fiorini Barbosa.

O ministro ingressou na magistratura paulista no ano de 1969, onde permaneceu até junho de 2004, quando se aposentou para assumir o cargo de ministro do STJ. Foi também diretor da Escola Paulista da Magistratura no biênio 2002/2003. O corpo de Hélio Quaglia Barbosa foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e enterrado no cemitério Gethsêmani. Confira a seguir algumas mensagens de seus colegas homenageando o magistrado:

Presidência do TJ/SP

"O mais puro tesouro, o mais que humano benefício que o tempo nos concede é um nome imaculado. À falta dele não passamos de argila com recamos, simples poeira pintada" - William Shakespeare

Após uma vida dedicada à Judicatura, descanse em paz, Magistrado Hélio Quaglia Barbosa.

Massami Uyeda - Ministro do STJ

"A ausência física do ministro Hélio Quaglia Barbosa representa uma grande lacuna no cenário jurídico do Brasil. Deixa, contudo, um legado de exemplar magistrado, marido e pai de família, além de virtudes pessoais que, na memória de todos quantos tiveram o privilégio de conhecê-lo, constituir-se-á em perene lastro. Seus julgados constituem-se em importantes balizas e farol de orientação, contribuindo para a paz social".

Sidnei Beneti - Ministro do STJ

1 - O Ministro Hélio Quaglia Barbosa faleceu em São Paulo na noite 1° de fevereiro, por volta de 20:30 h. Todos perdemos, imensamente. Para os familiares, um vazio que nada poderá superar. O Superior Tribunal de Justiça desfalcou-se de referencial de Justiça da melhor qualidade. Os funcionários, atuais e passados, e os amigos, amargam a falta. São Paulo -- a comunidade judiciária e o próprio São Paulo Futebol Clube, cuja bandeira também desceu à sepultura -- perdem o grande nome. Partes e Advogados sentem a ausência no julgamento dos processos distribuídos! Toda a Nação perde.

2 - Nascido em São Paulo, a 25 de novembro de 1941. Cursos primário e ginasial no Instituto de Educação Caetano de Campos, colegial no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. Casado com Maria Inês Fiorini Barbosa, tendo o casal três filhos. Formou-se nas Arcadas do Largo de São Francisco, Turma de 1966, em que foi um dos estudantes mais destacados, abandonando o segundo ano do Curso de Física da USP, ante a vocação jurídica. Foi Assessor jurídico e Oficial de Gabinete nas Secretarias do Interior e da Segurança Pública do Estado de São Paulo, durante as gestões do Professor Hely Lopes Meirelles. Ingressou na Magistratura de São Paulo tomando posse no dia 13/01/1969. Correu as comarcas do interior e da capital. Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça, juntamente com os Juízes Antonio Cezar Peluso e José de Melo Junqueira, naquela extraordinária equipe do Desembargador Humberto de Andrade Junqueira. Juiz do 2o Tribunal de Alçada Civil. Tomou posse como Desembargador do Tribunal de Justiça em 27/5/93 e permaneceu no cargo até 15/6/2004, data em que se aposentou e tomou posse no cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Foi Diretor da Escola Paulista da Magistratura, biênio 2002/2003 e foi Professor Titular de Direito Civil e de Direito Administrativo da Faculdade de Direito de Araraquara.

3 - Qualidade, produtividade, cortesia e honradez absolutas, em todos os cargos. Dignidade simples, avessa a ostentar. Sinceridade a cada instante, no sim e no não, com o cuidado de não magoar. Um homem culto, de muitas leituras, além do Direito, conhecia o francês, o inglês e o alemão. Muito exato, formado na paixão pela matemática. E bem humorado, mesmo ao vencer diariamente incômodos da condição física. Ao receber a notícia do óbito, minutos após, naquele retrospecto que a memória nos traz à constatação da irreparabilidade do fato da morte, veio-me à mente que, se se pedissem listas de nossos maiores juízes aos profissionais do meio jurídico, nela estaria sempre o nome honrado de Hélio Quaglia Barbosa.

4 - Na vida, por vezes só a morte faz parar e meditar. Reflita-se no que significa a perda de Hélio Quaglia Barbosa. Quarenta anos de carreira! Sempre atento, lúcido, competente e responsável buscando fazer Justiça. Todos os dias lendo processos, ouvindo pessoas, organizando o serviço, pesquisando e refletindo, decidindo e justificando por escrito a cada julgamento. Todos os dias, por quarenta anos! Todos os dias lidando com o sagrado da vida dos seres humanos arrastados aos tribunais. Todos os dias, quarenta anos, responsável pelas conseqüências além-autos da decisão judicial. Parar e meditar. Paralisar a vida frenética e massificada do meio jurídico típica de nossos tempos para ver as reais proporções da perda. Refletir. Aquele silêncio, na saída do velório na Assembléia Legislativa e no ingresso na terra no Cemitério Gethsêmani tem um sentido. A última mensagem, sem palavras, de Hélio Quaglia Barbosa.

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