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Baú migalheiro - Alberto de Seixas Martins Torres

Da Redação

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Atualizado em 29 de abril de 2009 15:49


Baú migalheiro

Há 108 anos, no dia 30 de abril de 1901, na vaga ocorrida com o falecimento do ministro Antonio Gonçalves de Carvalho, é nomeado ministro do STF o dr. Alberto de Seixas Martins Torres. - Ocupou no governo de Prudente de Morais a pasta do Interior (agosto a dezembro de 1896), e exerceu, de 1897 a 1900, a presidência do Estado do Rio, de onde era natural. Aposentou-se em 18 de setembro de 1909, tendo falecido em 29 de março de 1917.

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Alberto de Seixas Martins Torres, filho do magistrado Dr. Manuel Monteiro Torres e D. Carlota de Seixas Torres, nasceu em 26 de novembro de 1865, na fazenda Conceição, em Porto das Caixas, província do Rio de Janeiro.

Estudou o curso de Humanidades no Colégio Menezes Vieira, matriculando-se, em 1880, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que abandonou no 2º ano, seguindo para Recife, onde formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito da mesma cidade, recebendo o grau de Bacharel em 1885.

Em 1888, fez parte do 1º Congresso Republicano Fluminense.

Proclamado o regime republicano, foi nomeado, em portaria de 9 de dezembro de 1889, do Ministro do Interior, Advogado Auxiliar do Conselho de Intendência Municipal.

Deputado à Constituinte do Estado do Rio de Janeiro, aí se manteve até 9 de abril de 1893, quando foi eleito Deputado ao Congresso Federal pelo mesmo estado.

A convite de Prudente de Morais, Presidente da República, aceitou a pasta do Interior, sendo nomeado em decreto de 30 de agosto de 1896, demonstrando, no exercício de Ministro, sua extrema preocupação pela organização dos serviços básicos do regime e o desejo de objetivar nossa organização político-social.

Exonerou-se do cargo em 31 de dezembro do referido ano, quando o Vice-Presidente da República, então em exercício, ordenou, à sua revelia, a intervenção federal em Campos.

Eleito Presidente do Estado do Rio, tomou posse a 31 de dezembro de 1897 e governou até 31 de dezembro de 1900.

Reformou a instrução pública, difundiu a instrução primária, teve suas vistas voltadas para a agricultura, determinando processos científicos em seu benefício.

Em decreto de 30 de abril de 1901, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga ocorrida com o falecimento de Antônio Gonçalves de Carvalho, e tomou posse em 18 de maio seguinte.

Foi aposentado em decreto de 18 de setembro de 1909.

Alberto Torres dedicou-se sempre aos estudos da alta sociologia e política no sentido próprio da reorganização social.

Pensador, filósofo e publicista, todas as obras que publicou revelam seu alto saber, cultura e sólida erudição e demonstram uma grande preocupação no aproveitamento das forças vivas nacionais, manifestando forma original e elevada. Foram editadas, entre outras, as seguintes obras: Vers la paix: études sur l' etablissement de la paix generale et sur l'organisation de l'ordre international (1909); Le problème mondial (études de politique internationale) - (1913); O Problema Nacional Brasileiro (1914); A Organização Nacional (1914); As Fontes da Vida no Brasil (1915) e As Idéias de Alberto Torres (1932).

Também divulgou ensaios no jornal O Estado de S. Paulo e colaborou no Imparcial, A Noite, A Tribuna, A Época, A Ilustração Brasileira, A Cigarra, Renascença e A Gazeta de Notícias.

Era casado com D. Maria José da Silveira Torres.

Faleceu a 29 de março de 1917, na cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.

O Supremo Tribunal Federal comemorou o centenário de seu nascimento, em sessão de 1º de dezembro de 1965, quando falou pela Corte o Ministro Hermes Lima, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Oscar Correia Pina e, pelos advogados, o Dr. Eduardo Bulcão de Moraes.

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