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Você está preparado para a inovação trazida pelas Lawtechs?

Vanessa Vilarino Louzada

A inovação está chegando e com isso, fica fácil concluir que é muito difícil advogar, manter-se atualizado e competitivo, sem participar dessa transformação trazida pelas lawtechs.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Atualizado em 11 de outubro de 2019 17:11

Um dos maiores riscos que qualquer negócio ou profissional pode enfrentar, é a estagnação. Isso porque o mundo está em constante evolução. Muitas empresas, que um dia foram líderes de mercado, como a Kodak ou Blockbuster, deixaram de existir por negligenciar as inovações que estavam ocorrendo ao seu redor.

O direito é uma das áreas mais tradicionais e antigas da sociedade. Neste universo, enquanto a maior parte dos advogados ainda são conservadores e continuam direcionando o olhar para a natureza estritamente jurídica, o mundo, segue em constante evolução.

Porém, com a abundância da tecnologia, os caminhos estão tomando outra direção e a advocacia está tendo uma ruptura causada pela inovação.

Você que está lendo esse texto está atento à essas mudanças?

Imagino que possam existir dúvidas e receios do tipo: como a tecnologia pode se relacionar com o trabalho intelectual? Todavia, o que se vê atualmente são muitos advogados, exercerem papéis repetitivos, mecânicos, que não exigem um raciocínio crítico. Essas funções estão sendo gradativamente automatizadas com o uso da tecnologia através das chamadas lawtechs.

As lawtechs, também conhecidas como legaltechs, portanto, são empresas de tecnologia voltada para o setor Jurídico com o propósito de oferecer novas ideias e soluções, em forma de produto ou serviço, buscando aprimorar e resolver os principais problemas desse segmento.

O termo, derivado das palavras law e technology, parte da premissa de utilizar a tecnologia para facilitar a rotina jurídica e oferecer soluções tecnológicas que garantam otimização do tempo de uma advocacia ou departamento jurídico de empresas.

Segundo a AB2L, a Associação Brasileira de lawtechs e legaltechs, em novembro de 2018, o Brasil contava com mais de 120 empresas. No mundo já são mais de 1.500, de acordo com o Angel List e o Crunch Base.

O propósito dessas empresas é dar transparência, facilitar a rotina dos advogados, conectar cidadãos ao direito e mudar a forma de atuação do poder Judiciário, pois os números são surpreendentes.

O relatório Justiça em Números 2018, elaborado pelo Conselho Nacional da Justiça, mostra que em 2017 o número total de unidades judiciárias foi de 15.398. O Poder Judiciário teve uma despesa total de mais de R$ 90 bilhões, sendo sua maior parte destinada a recursos humanos.

Em relação aos números de processos, estes também só aumentam. Em 2017, foram 29,1 milhões de casos novos, 31 milhões de processos baixados, 80,1 milhões de casos pendentes e 14,5 milhões de processos suspensos. Segundo a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, o Brasil conta com mais de um milhão de advogados, número este que põe o Brasil na terceira colocação do país com mais advogados no mundo.

Com esses dados, o surgimento dessas tecnologias e iniciativas confirmam a necessária e profunda transformação do mercado jurídico, que nada mais é do que uma evolução da profissão do advogado e uma mudança de mindset, onde esse novo profissional utilizará a tecnologia como aliada para otimizar sua atuação.

Contudo, a maior parte do universo jurídico ainda não se deu conta da velocidade em que as mudanças estão ocorrendo e de toda essa transformação.

É tempo de repensar a forma de trabalho, as ferramentas utilizadas, a troca de experiências, a forma de ensino na área jurídica, as atuações e postura do chamado advogado 4.0.

O que vem acontecendo no setor jurídico é apenas um fragmento de um processo muito mais amplo de mudanças profundas ocorridas na sociedade recentemente, em todas as suas vertentes.

Assim, entender o que são lawtechs envolve enxergar que a tecnologia (assim como fez com a educação, finanças, medicina e mobilidade urbana, só para citar alguns exemplos) tende a redefinir por completo as Ciências Jurídicas nos próximos anos, impactando empresas, Judiciário, escritórios jurídicos e, é claro, cidadãos.

A inovação está chegando e com isso, fica fácil concluir que é muito difícil advogar, manter-se atualizado e competitivo, sem participar dessa transformação trazida pelas lawtechs.

Você estará preparado(a)?

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*Vanessa Vilarino Louzada é advogada do escritório Rosely Cruz Sociedade de Advogados, mestre em Direitos Difusos. Especialista em liderança e inovação. CEO Lawtech Deep Legal.

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