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A "dispresença" - O que fazer para aumentar o rendimento nos estudos?

Leonardo Pereira

De volta à meditação, prática que adorarei dominar em mais algum tempo, pode ser que seja a solução para as mentes cada vez mais "perturbadas" pelas milhares e milhares de oportunidades que temos diante de uma conexão com a internet...

terça-feira, 29 de março de 2016

Atualizado em 28 de março de 2016 13:47

A exemplo do silogismo criado pelo ex-ministro Magri ao cunhar a expressão Imexível, venho sentindo a necessidade de criar algumas expressões que identifiquem nossa qualidade de seres humanos hiperconectados e dos reflexos que isso gera em nossas vidas.

No caso específico dos estudantes para concursos, a dispresença refletiria a constatação da presença material do cidadão à frente dos livros e das videoaulas, mas da impresença (outra expressão!!!) intelectual dele face aos conteúdos que deveriam estar sendo absorvidos.

Na mesma velocidade em que percebo o aumento do comportamento acima apontado, acompanho a elevação dos artigos científicos e jornalísticos relacionados à prática da meditação, demonstrando que não só eu, mas também outras pessoas têm percebido cada vez mais a dispresença das pessoas.

A constatação de que somos multi tasks (ok, mais as mulheres que os homens) já não é de hoje. Mas o que precisamos realmente avaliar é o quanto conseguiremos estender de nossa capacidade até que não estejamos mais conectados intelectualmente à nada. No mundo que avalio e acompanho, percebo pessoas à frente de um computador ou dos livros o dia inteiro, resultando do produto dessa atividade pouco ou quase nenhum resultado acadêmico.

Estão ali, na postura que precisar ter, mas suas cabeças, tais como parabólicas, estão a pensar em tudo o que é possível, tal como contas, relacionamento, descanso, aprovação, compras, família... menos no conteúdo que passam com os olhos, cumprindo famigeradas metas de rendimento por dia.

Rendimento mecânico como 100 páginas por dia, 140 videoaulas por semana... isso não diz nada. Melhor que fosse uma única página por dia, mas perfeitamente compreendida.

Enfim, no fenômeno da dispresença, somos o oposto imaginado para nossa evolução a partir do filme Matrix, o inverso do que vem estudando a neurociência no que tange à nossa capacidade de aprendizagem por estímulos diferentes da educação até aqui conhecida. E devemos nos atentar seriamente para esse fenômeno nos jovens estudantes que são, naturalmente, muito mais ligados às novas tecnologias e, por conseguinte, mais sensíveis aos estímulos externos que vem das infinitas possibilidades que são abertas a partir de uma tela de computador ou smartphone.

De volta à meditação, prática que adorarei dominar em mais algum tempo, pode ser que seja a solução para as mentes cada vez mais "perturbadas" pelas milhares e milhares de oportunidades que temos diante de uma conexão com a internet... ou seja, que a meditação nos leve à concentração e essa ao aprendizado qualitativo.

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*Leonardo Pereira é diretor acadêmico do IOB Concursos. Advogado graduado pela PUC/MG, possui pós-graduação em Direito Público e em Direito Privado, ambas pelo Instituto Metodista Isabela Hendrix. Mestre em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos.

IBTP - INSTITUTO BRASILEIRO DE TREINAMENTO PROGRAMADO S.A.

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