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Eleição

Em 2021, mulheres vão comandar apenas 11,8% das prefeituras

Apesar de as mulheres serem 52% do eleitorado brasileiro, elas ainda são minoria na política.

Da Redação

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Atualizado às 09:43

A partir de 2021, prefeituras de 658 cidades brasileiras serão comandadas por mulheres. Das 20 mulheres que concorriam ao cargo no segundo turno das eleições, 7 foram eleitas. No primeiro turno, o TSE já havia registrado a eleição de 651 mulheres ao cargo de prefeitas e 885 para vice.   (Imagem: Arte Migalhas.)

(Imagem: Arte Migalhas.)

Apesar de representarem mais de 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, mulheres ainda são minoria na política. Em entrevista à Agência Senado, a senadora Zenaide Maia comentou que, apesar dos avanços, "o time ainda está incompleto".

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Ela criticou a falta de proporcionalidade no número de prefeitas eleitas: foram 658 delas ou 11,8% dos cargos em disputa nos 5.570 municípios do país. Na opinião da parlamentar, enquanto a sociedade e os poderes constituídos não reconhecerem que está faltando incentivo para as mulheres ocuparem mais espaço na política, pouco ou nada vai mudar.

 (Imagem: Arte Migalhas.)

(Imagem: Arte Migalhas.)

Para Zenaide Maia, os baixos índices da representatividade feminina na política podem ser comparados à decisão de um técnico que deixa metade de seu time sem jogar.

"A gente não ter pelo menos metade das mulheres em posição de decisão é grave. Nós sabemos quais políticas são necessárias criar e a gente precisa dividir essa responsabilidade e não deixá-la somente sobre os ombros dos homens. As prefeitas eleitas significam uma vitória, a gente não regrediu, mas a gente precisa avançar. Esses números precisam melhorar, porque estão relacionados e são questão de dignidade para as mulheres. Trata-se de um time onde nem metade dos jogadores está em campo."

Participação feminina

Os dados do segundo turno das eleições ainda serão consolidados pelo TSE. Entretanto, o presidente do Tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, considerou que houve aumento da eleição feminina em 2020. Em entrevista coletiva neste domingo, Barroso destacou campanhas de incentivo ao protagonismo das mulheres, como a do TSE estrelada pela atriz Camila Pitanga, embaixadora da ONU Mulheres no Brasil.

Desde sua posse no comando do TSE, Barroso registrou a importância do envolvimento da juventude e das mulheres na política com o objetivo de promover a diversidade na vida pública do país. "Somos um país multiétnico, multirracial, multicultural. Precisamos ter a consciência de que isso é um ativo, uma virtude, um privilégio que a história nos deu", declarou.

Diversidade

O senador Paulo Paim considerou a eleição das novas prefeitas fundamental para assegurar a democracia e a diversidade na política. À Agência Senado, o parlamentar disse, no entanto, que um dos mais sérios problemas que resultaram nos baixos índices de prefeitas eleitas em 2020 foi o fato de os partidos não terem destinado os 30% do Fundo Eleitoral, previstos na lei 13.487/17, para candidatas.

Paim afirmou que as mulheres negras foram as mais discriminadas pela falta de recursos e tempo de programas em rádio e TV. E destacou a necessidade de se garantir que os recursos cheguem para todos, sem discriminação, nas campanhas eleitorais. Para o senador petista, essa má distribuição "é mais uma forma de violência".

O senador Nelsinho Trad parabenizou todas as mulheres eleitas nas eleições deste ano, destacando as integrantes do seu partido. Para ele, a participação feminina precisa ser cada vez mais estimulada, por serem as mulheres, segundo afirmou, "guerreiras, determinadas e com mais sensibilidade que os homens". 

Informações: Senado Federal.

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